
Homenageado 2013

Apesar disso, afirmou em uma carta à Raúl Navarro, seu tradutor argentino: "os dados biográficos é que não posso arranjar, porque não tenho biografia. Nunca fui literato, até pouco tempo vivia na roça e negociava [...] que hei de fazer? Eu devia enfeitar-me com algumas mentiras, mas talvez seja melhor deixá-las para romances."
Logo na infância Graciliano manifestou talento para escrita. Em 1904, ao lado de um professor e de um primo criou o jornalzinho O Dilúculo (alvorada) no qual publicou seu primeiro texto de ficção O Pequeno Pedinte. Um ano depois com medo de que o filho seguisse a carreira literária seus pais, Sebastião e Maria Amélia Ramos, o mandaram para um internato, mas nem assim conseguiram inibir sua paixão. Mesmo de lá o menino conseguiu publicar alguns sonetos na revista O Malho, do Rio de Janeiro.
Mesmo tendo que ocupar os mais diferentes cargos para manter as contas em
dia, Graciliano não deixou de usar sua vocação a serviço de "todos os
infelizes que povoam a Terra., como afirmou em seu discurso de 50 anos. A
favor da literatura ao alcance de todos e contra ao fato dela se tornar
muitas vezes um símbolo de distinção entre as classes sociais, o autor
defendia que escrever poderia ser uma atividade de poucos, mas não para
poucos: .a palavra não foi feita para brilhar, mas para dizer", disse certa
vez.
FONTE:www.flip.org.br